A Austrália viveu uma verdadeira desgraça em 2019. Sendo afetada por um incêndio de proporções monstruosas jamais visto
Ao menos meio bilhão de animais não resistiram, 100 mil pessoas desalojadas.
Cinco milhões de hectares foram destruídos (58 mil km2), mais de 50 milpessoa ficaram sem acesso a energia e água potável
Para efeito de comparação na Amazônia este ano a devastação foi de 9000km2.
O ano de 2019 foi marcado por eventos climáticos extremos em todo o globo. Nunca vistos antes em termos de proporção além de recordes consecutivos de temperatura
Entre os mais impressionantes estão o degelo épico na Groenlândia em Junho e as queimadas na Amazônia.
Além disso foram registradas tempestades, ondas de calor, secas, inundações em todo o mundo consideradas átípicas Os impactos já haviam sido previstos por cientistas não somente para o futuro, mas imediatamente, entretanto muitos se mantinham céticos.
Na Austrália os incêndios foram tão massivos que criaram um clima próprio o que contribuiu para uma desgraça ainda maior, o ‘pyrocumulonimbus’.
Tempestades gigantescas que provocam mais incêndios
“As nuvens de piro-cumulonimbus se desenvolveram a altitudes acima de 16 km no leste de Gippsland” afirmou o departamento de metereologia
“Essas tempestades induzidas pelo fogo podem espalhar incêndios por raios, sopro de brasas e geração de fortes ventos”
Incêndios intensos geram fumaça, obviamente. Mas o calor deles também pode criar uma atualização localizada poderosa o suficiente para criar suas próprias mudanças na atmosfera acima.
À medida que o calor e a fumaça aumentam, a nuvem pode esfriar, gerando uma nuvem grande e inchada, cheia de chuva em potencial. A pluma também pode espalhar brasas e cinzas quentes em uma área mais ampla.
Eventualmente, gotículas de água na nuvem se condensam, gerando uma explosão de chuva – talvez.
Mas antes disso entre o ar calmo do lado de fora da zona de incêndio e uma nuvem de tempestade de pirocumulonimbus é tão acentuada que também gera raios. Se for suficientemente poderosa, uma tempestade de pirocumulonimbus pode gerar um tornado de incêndio.
Este evento monstruoso tb foi capturado em Kangaroo Island no dia 2/jan/2020 por Brenton Davis.
Os cientistas temem que os “pyroCbs” estejam aumentando em todo o mundo, impulsionados por temperaturas mais quentes e incêndios mais intensos, informou Yale.
“Nunca vi na vida algo assim. Era uma nuvem imensa e terrível de fumaça branca elevando-se do chão. […]
Era como se o país estivesse sendo devorado por uma reação química” Anna Funder, escritora
Entre os 500 milhões de animais dizimados cientistas estimam que 8000 coalas se foram.
É comum que na Austrália haja incêndios e que as temperaturas sejam maiores no verão, mas o aumento do calor atribuído à crise do clima tornou a temporada de fogo mais severa do que costumava ser.
O ano de 2019 foi o mais quente no país desde o início dos registros, no início do século 20.
Eventos climáticos no último ano acirraram a seca e levaram ventos que alastraram o fogo. A crise na Austrália é diferente da onda de queimadas que atingiu a Amazônia brasileira
No Brasil o fogo foi potencializado pela ação de pessoas mas esse não foi o caso na Austrália.
Por receber diferentes influências, o tempo na Austrália pode mudar muito de um ano para o outro
isso favorece o surgimento de eventos extremos, como secas, ondas de calor, inundações e até incêndios, que são parte natural dos ecossistemas no país.
A presença de extremos climáticos sempre influenciou as decisões de governos locais.
O DIPOLO DO OCEANO ÍNDICO e O MODO ANULAR SUL são principais eventos que afetam o clima na Austrália
O chamado Dipolo do Oceano Índico mede a diferença de temperatura entre as metades leste e oeste do oceano.
Esse valor, quando é positivo, indica que haverá menos chuvas nas porções central e sul da Austrália. O chamado Modo Anular Sul descreve o movimento norte-sul de um cinturão de vento que circunda a Antártida.
Em sua fase negativa, a pressão atmosférica é maior no sul da Austrália, o que indica que haverá tempo mais seco.
A situação agora se agravou porque a Austrália passa pela fase positiva do dipolo do Índico e a fase negativa do Modo Anular Sul
Ambos favorecem o aumento da seca. Além disso, os ventos da Antártida interagiram com uma grande onda de calor no último ano, levando grandes quantidades de ar seco e quente para o sul do país.
Ao menos duas situações inéditas mostram os efeitos da crise do clima na Austrália:
A primeira foi a dupla quebra de recordes de temperaturas diárias no país, no dia 17 de dezembro, foram registrados 40,8ºC e, no dia 18, 41,8ºC.
A segunda é a sequência de três invernos com baixo índice de chuvas, apontando para um estado de aridez prolongada
1,5ºC foi quanto as temperaturas na Austrália aumentaram em 2019 em relação à média histórica, a previsão é que o impacto do dipolo Índico e dos ventos da Antártida dure por mais alguns meses. O aumento geral das temperaturas, contudo, é uma situação permanente.
A mudança climática começa com atividades como a queima de combustíveis fósseis, a agropecuária, o descarte de lixo e o desmatamento. Que emitem grande quantidade de gases que acarretam no efeito estufa, fenômeno que torna o planeta mais quente.
o aumento das temperaturas do ar e da água, o derretimento de calotas polares e a elevação do nível de mares e oceanos. A crise de incêndios atingiu o governo de Morrison, que enfrenta protestos por não investir em políticas climáticas e apoiar a indústria do carvão
uma das principais da Austrália e uma das mais poluentes para o clima.
Agora, Morrison diz reconhecer a ligação entre a proteção das florestas contra incêndios e a ação contra o aquecimento global. Apesar disso, ainda diz que a Austrália faz mais que outros países desenvolvidos e que o governo deve apoiar as indústrias tradicionais para preservar a economia.
1ºC foi quanto a temperatura média do planeta aumentou em relação ao período pré-industrial. A ameaça ao planeta é hoje consenso entre os cientistas. A Austrália é hoje um dos principais países emissores de gases do efeito estufa
Todas as previsões em relação ao aquecimento global estão se confirmando uma a uma. A tendência é observarmos tragédias muito piores em breve no mundo todo, caso medidas urgentes não sejam adotadas pelas potências mundiais.
Torcemos pela conscientização da população que deve exigir as medidas de combate ao colapso dos ecosistemas.
Caso contrário o cataclisma será inexorável
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