Segundo um novo estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, os ursos-polares deverão estar extintos até o final do século, caso nada seja feito para conter o aquecimento global.
Existem cerca de 25 mil ursos-polares no Ártico, divididos em 19 subpopulações. Eles têm as focas como principal fonte de alimentação e ficam à espera delas em buracos que se formam na camada de gelo. Com o encolhimento da placa, eles estão sendo obrigados a vagar distâncias maiores em busca de refeição — tanto para si quanto para seus filhotes. Em muitos momentos, os mamíferos ficam tempos prolongados nas praias, onde não há alimento o suficiente para manter uma subpopulação.
Longos períodos de jejum e uma consequente amamentação mais precária devem tornar os ursos-polares extremamente vulneráveis. A diminuição da reprodução pode ser mais acentuada, levando a um declínio populacional muito rápido. De acordo com Peter Molnar, principal autor do estudo, existe a possibilidade de a espécie sobreviver em uma pequena subpopulação, no norte do Ártico.
Para frear a extinção do mamífero, seria necessário que as emissões de carbono fossem reduzidas. “Infelizmente ainda perderíamos alguns grupos, especialmente algumas das populações mais ao sul, devido à perda de gelo no mar”, explicou Molnar.
O encolhimento da área do Ártico tem exposto esses animais a condições cada vez mais precárias de sobrevivência, que podem culminar em seu desaparecimento nas próximas décadas.
Estima-se que a camada de gelo encolheu 13% por década, entre 1980 e 2010. Isso fez com que algumas regiões onde tinham gelo durante todo o ano, agora apresentam períodos sem gelo durante o verão. Já outras, que tinham essa alternância, agora demoram mais tempo para recuperar a camada de gelo após o verão. Isso tem obrigado os ursos-polares a ficar mais tempo de jejum, algo que, nas próximas décadas, pode culminar na extinção da espécie.