Chamado agora de Região de Tombaugh, o Coração de Plutão bate no peito de muitos inconformados com o fato de o pequenino não ser mais um planeta. O coro engrossou na última sexta-feira (23), quando o administrador da NASA, Jim Bridenstine, compartilhou a mágoa de milhões de pessoas em frente às câmeras.
My favorite soundbyte of the day that probably won't make it to TV. It came from NASA Administrator Jim Bridenstine. As a Pluto Supporter, I really appreciated this. #9wx #PlutoLoversRejoice @JimBridenstine pic.twitter.com/NdfQWW5PSZ
— Cory Reppenhagen (@CReppWx) August 23, 2019
“Só para vocês saberem: eu acho que ele é um planeta, e você pode escrever que o administrador da NASA declarou que Plutão é um planeta novamente”, disse ele durante um evento de robótica no Colorado (EUA). A opinião do chefe da NASA, no entanto, infelizmente não tem valor para a astronomia, já que quem decide em última instância a classificação de um corpo celeste é a União Astronômica Internacional (IAU) — foi ela que rebaixou, em 2006, Plutão a planeta-anão por meio de uma votação entre os astrônomos.
O guitarrista Brian May, astrofísico integrante da missão que lançou a New Horizon, é um dos fãs de Plutão. (Fonte: HuffPost/Reprodução)
Para ser considerado um planeta, o corpo celeste tem que orbitar ao redor do Sol, ter autogravidade suficiente para apresentar forma ao menos arredondada e ter uma órbita não influenciada diretamente por outros corpos celestes iguais — Plutão não se encaixa nesse último requisito: ele está rodeado por objetos semelhantes a ele e que acabam afetando sobre sua trajetória ao redor do Sol.
Dia certo para chorar o rebaixamento
A discussão sempre esquenta perto do dia 24 de agosto, também conhecido como Dia do Rebaixamento de Plutão. Com a aproximação da sonda New Horizons do ex-planeta, em 2015, porém, os astrônomos descobriram nele uma série de estruturas complexas, como grandes montanhas e planícies de gelo e nitrogênio. Foi a vez de Alan Stern, o cientista que liderou a missão científica da sonda, mudar de ideia e assinar um artigo pedindo a reclassificação de Plutão. Stern é, há muito tempo, um crítico da decisão da IAU, chamando-a de “não científica”.