As mudanças climáticas agravam ainda mais as condições de vida nos locais mais extremos do planeta – e para quem vive próximo ou no próprio deserto do Saara, na África, o impacto das mudanças é visível, e o deserto aumenta de tamanho a olhos vistos.
Para tentar amenizar essas transformações e melhorar a vida das populações locais foi desenvolvido o projeto da Grande Muralha Verde. Financiado pelo Banco Mundial, a União Europeia e as Nações Unidas, esse projeto começou a ser desenvolvido em 2007, e visa plantar uma imensa barreira de árvores na extremidade sul do deserto.
A ambição do projeto é na proporção dos terríveis impactos causados pela ação humana sobre o meio-ambiente – e quando concluído, estima-se que em 2030, a Grande Muralha Verde será a maior estrutura viva do planeta, com 8 mil quilômetros de árvores cruzando o continente.
A ideia é que a terra restaurada pela construção passe a absorver 250 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono da atmosfera – o equivalente a todos os carros da Califórnia por 3 anos e meio.
“Já se passou uma década e estamos com aproximadamente 15% em andamento, a iniciativa já está devolvendo vidas a paisagens degradadas na África em uma escala sem precedentes, fornecendo segurança alimentar, empregos e uma razão para ficar no país”, afirma a organização no site oficial da iniciativa.
A ideia é que a Grande Muralha Verde não só restaure terras transformadas em deserto e restaure naturezas locais, mas que também altere a realidade direta dos países africanos que cruzará: além de poder fornecer alimentos para as populações locais, a Muralha poderá mediar regiões de conflitos e até controlar processos migratórios nas regiões. Quando concluida, a Grande Muralha Verde terá três vezes o tamanho da Grande Barreira de Corais, o maior recife de coral do mundo, localizado na Austrália.
