Pesquisadores húngaros estudavam outro processo biológico quando acabaram criando um híbrido de peixe-espátula e esturjão russo. Animal foi apelidado de sturddlefish
Híbrido bizarro de peixe é criado acidentalmente por cientistas (Foto: Flórián Tóth, NARIC, Research Institute for Fisheries and Aquaculture)
Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Inovação Agrícola da Hungria criaram acidentalmente um novo tipo de peixe bizarro: um híbrido de peixe-espátula (paddlefish) e esturjão russo (sturgeon) que foi chamado de sturddlefish. A descoberta foi compartilhada pelos cientistas no início de julho no periódico Genes.
Os cientistas explicam no artigo que não estavam tentando criar um novo tipo de peixe, mas sim realizar ginogênese com as células reprodutivas dos animais. No processo, ovos de determinada espécie são desenvolvidos e o material genético masculino não intervém ativamente. Para a surpresa da equipe, contudo, os ovos produziram filhotes híbridos das duas espécies que sobreviveram até a fase adulta.
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“Eu tive que olhar duas vezes quando vi”, disse Solomon David, ecólogo aquático da Universidade Estadual de Louisiana, nos Estados Unidos, que não participou da pesquisa, em entrevista ao The New York Times. “Eu simplesmente não acreditei. Eu pensei, hibridização entre esturjão e peixe-espátula? Não tem como.”
De cima para baixo: (A) esturjão russo; (B) e (C) sturddlefish; e (D) peixe-espátula (Foto: Genes)
Atualmente, os cientistas têm cerca de 100 indivíduos ainda vivos que podem ser divididos em três categorias: aqueles mais parecidos com o peixe-espátula, aqueles mais parecidos com o esturjão russo e aqueles que herdaram características de ambas as espécies igualmente.
A criação de híbridos pela ciência não é incentivada, pois, apesar de existirem exemplos bem sucedidos do fenômeno, como a mula (combinação de burro e cavalo), os riscos de algo dar errado e causar sofrimento ao espécime também são grandes. “Nunca quisemos brincar com a hibridação. Foi absolutamente involuntário”, ressaltou Attila Mozsár, coautor do estudo e pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa em Pesca e Aquicultura na Hungria, em entrevista ao The New York Times. Os cientistas não pretendem criar novos filhotes do animal.