Novo aparelho é capaz de retirar água potável do ar seco do deserto
Ciência

Novo aparelho é capaz de retirar água potável do ar seco do deserto

Novo aparelho é capaz de retirar água potável do ar seco do deserto

Investigadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, desenvolveram um dispositivo que consegue extrair quantidades de água potável do ar mais seco encontrado no deserto.

O grupo de investigadores diz que o novo colector de água pode produzir mais de 1,3 litros por quilograma de um determinado material absorvente de água, num só dia. A investigação publicada na revista ACS Central Science refere que a produção pode ser feita com menos de 40% de humidade relativa.

Pode não parecer uma grande quantidade de água, mas já é o suficiente para manter uma pessoa viva caso o estado de desidratação seja grave.

A máquina foi posta à prova, durante três dias, no deserto de Mojave, nos EUA. Durante esse período de tempo, o dispositivo produziu 0,7 litros de água por kg de material. Mesmo no dia mais seco, com humidade relativa a 7%, conseguiu recolher 200 ml de água.

O principal componente do recolhedor de água é um tipo de material conhecido como estrutura metal-orgânica (MOF). Este composto tem áreas de superfície grandes o suficiente para permitir que várias moléculas de água do ar se acumulem e condensem dentro delas à temperatura ambiente.

O aparelho é uma caixa de acrílico transparente, constituído por um ventilador que sopra o ar sobre cartuchos de MOF’s, que retiram a água. Essa água é então removida dos MOF’s com algum aquecimento e libertada para um condensador onde a água líquida se acumula.

Esta é a terceira versão de coletor de água que a equipe de investigadores criou. Em 2017, o primeiro protótipo recolheu água do ar durante a noite, antes de usar o calor do sol no dia seguinte para colher e condensar. A segunda versão, de 2018, tinha melhorias que permitiam recolher até 100 ml de água por kg de MOF’s.

O grupo de cientistas afirma que a última versão é 10 vezes mais eficiente que o modelo do ano passado e 100 vezes mais eficiente do que o protótipo de 2017.

Isto deve-se à introdução do ventilador elétrico, que sopra mais ar sobre os MOF’s e aos aquecedores que permitem que a água seja libertada. Ambos consomem energia recolhida de painéis solares, para além de terem baterias que permitem ao dispositivo funcionar durante a noite.

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