Menino de 11 anos pesava aproximadamente 25Kg e chegava a se alimentar das próprias fezes para sobreviver
Uma denúncia anônima levou a Polícia Militar de Campinas (SP) ao cárcere de um garoto de 11 anos com necessidades especiais que era acorrentado dentro de tambor pela família. Ao ser libertado, a criança contou aos policiais que ficava sem água e sem alimento por longos períodos, o que resultou em desidratação e desnutrição.
O pai, a madrasta e a irmã do garoto foram presos em flagrante pelos maus-tratos. A família trancava o garoto para poder beber e usar drogas.
Policiais disseram ao portal R7 que o garoto afirmou ter comido as próprias fezes e implorou para ser adotado durante o resgate. O garoto foi atendido pelo Samu e encaminhado ao Conselho Tutelar.
Violência infantil
Crédito: Istok/tzahiV
Brasil é líder no ranking de violência infantil da América Latina
Meninos e meninas são expostas a inúmero tipos de violência infantil no mundo todo. As violências e os acidentes são as maiores causas das mortes de crianças, adolescentes e jovens de 1 a 19 anos, no Brasil.
O país é líder no ranking de violência infantil da América Latina. No recorte nacional, três em cada dez pessoas conhecem pessoalmente uma criança que já sofreu violência.
Violência doméstica
Quando pensamos em violência doméstica, logo imaginamos pais batendo nos filhos. Mas esse tipo de violência infantil pode ser física, psicológica, sexual e manifestar-se por negligência, como: deixar a criança em casa sem vigilância, negligenciar cuidados médicos e alimentação adequada, exposição do menor a situações que gerem perigo à vida ou à saúde, utilização da criança para realização de trabalho.
Há um universo inteiro de formas como a violência pode se dar, como a síndrome de Munchausen por procuração (quando um dos pais simula sintomas de doenças inexistentes no filho), intoxicações, envenenamentos, violência virtua e até o extremo filicídio (quando a criança é morta por um dos pais).
As autoridades encontraram a criança em um estado desumano, acorretanda com sinais de desnutrição e completamente nua em um barril de ferro que era fechado com um mármore para que o menino não pudesse sair. No local, o odor de fezes e urina era forte.
De acordo com a polícia o menino não era filho biológico do casal, porém eles possuíam a guarda oficial do menor.
Em depoimento, a criança disse que, como não davam comida, chegou a comer suas próprias fezes para sobreviver. E que era mantido naquela situação frequente no barril desde que completou 10 anos. E que quando iam dar banho nele jogavam água sanitária.
O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas. O homem, 31 anos, disse à polícia que uma mulher, usuária de drogas, com quem se relacionou, afirmou que o filho era dele e por essa razão o abandonou para morar com o casal.
Se for condenado, pode receber pena mínima que varia de dois a nove anos. Sua namorada, e a filha dela foram presas por se omitirem perante a situação e nada fizeram para impedir.
Se forem condenadas, podem receber pena de 1 a 4 anos de detenção. O delegado de plantão determinou que cada uma pague fiança de R$5 mil, mas até o momento, não há informações sobre o pagamento.
O menor está internado no Hospital Ouro Verde, em Campinas e só deve receber alta quando atingir o peso considerado ideal para a sua idade.